sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Umidade relativa do ar em Manaus cai para 18% e torna-se a menor em 100 anos

Nos desertos, a média da umidade relativa do ar é de 10%. As chuvas no Amazonas também estão abaixo da média.

Inmet vem registrando chuvas abaixo da média no Amazonas. Situação pode influenciar nos níveis dos rios.
Inmet vem registrando chuvas abaixo da média no Amazonas. Situação pode influenciar nos níveis dos rios. (Márcio Silva)
Manaus registrou nesta quinta-feira (11) uma umidade relativa do ar de 18%, a menor da série histórica em 102 anos já registrada pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) no Amazonas. Uma intensa massa de ar quente e seca vem provocando a queda brusca de umidade do ar na região Centro-Sul do Amazonas.
Esse percentual de umidade relativa é incomum para a Amazônia, região marcada pelo clima quente e úmido.
Ano passado, quando foi registrada a maior seca na bacia amazônica, a umidade relativa do ar em Manaus ficou entre 25% e 30%. Este ano, as chuvas no Amazonas estão abaixo da média para o período, segundo o Inmet.
Nesta quarta-feira (10) a umidade chegou a 29%, deixando a situação em estágio de atenção. A umidade de 18% já coloca Manaus em estágio de alerta, segundo a chefe do 1º Distrito de Meteorologia do Inmet, Lúcia Gularte.
Lúcia salientou que 18% de umidade relativa expõe uma qualidade de ar ruim que causa vários efeitos nocivos na saúde das pessoas, especialmente em crianças e idosos. Caso a umidade caia ainda mais, Manaus deve ficar em estado de emergência. Para se ter uma ideia da gravidade, no desertos a umidade relativa é de 10%.
Efeitos
A umidade relativa do ar é o percentual de água numa parcela de ar. Se apenas 18% são registrados isto significa que os 82% restantes são compostos por partículas sólidas graves à saúde, formadas por dióxidos de carbono e de enxofre e poluição. Esta condição muda a constituição da atmosfera.
“O corpo humano é movido à água. Mas ele não está acostumado mudanças bruscas de temperatura e umidade. Com essas quedas a saúde do ser humano sofre vários problemas”, explicou.
Outro risco é o aumento dos incêndios florestais na cidade pois a vegetação fica mais seca.
Na avaliação da meteorologista, a Defesa Civil já deveria ter emitido alerta à sociedade sobre a situação, sobretudo em escolas e em hospitais.
Para driblar os efeitos da umidade baixa, ela recomendou população a umidificar o ambiente com toalhas molhadas e recipientes com água. Outra orientação é que as pessoas evitem fazer exercícios físicos entre 11h e 15h. As pessoas também devem tomar bastante água.
Neste período o índice de radiação ultravioleta é extrema. Uma das conseqüências da baixa umidade é o envelhecimento precoce”, afirmou.
A causa da baixa anormal da umidade, segundo Lúcia Gularte, é uma intensa massa de ar quente registrada em Manaus causada por variedades climáticas e o registro de chuvas abaixo da média para o período. Ela explicou na região sul do Amazonas a situação “está pior”.
Temperatura
O mês de agosto também vem registrando recordes de temperatura elevada. Nesta quarta-feira (10) a temperatura chegou a 36,7 graus Celsius. Nesta quinta, está em 36,4.
Ano passado, o dia mais quente do ano foi registrado no dia 30 de setembro, com 38,3 graus (à sombra).

Nenhum comentário:

Postar um comentário